O facto do INEM – Instituto Nacional de Emergência Médica ter ao dispor da população viaturas de socorro é algo que nos deve orgulhar e tranquilizar, uma vez que, em principio, a qualquer hora do dia ou da noite, teremos sempre alguém que venha ao nosso encontro.
Acontece que, o que mais desejamos, é que essas viaturas do INEM, tanto as ambulância como as VMER, chegues mesmo ao nosso socorro e não se fiquem pelo caminho a aguardar que outros vão ao seu encontro para que, também eles, possam ser socorridos.
Uma condução segura por parte dos condutores do INEM
A impunidade jamais poderá estar acima da exigência que se deve colocar na condução de quem quer que seja e em que posto na sociedade que esteja; ou seja, não é por que se está a circular numa situação de emergência que se pode ter uma postura rodoviária que em nada vai de encontro à segurança dos demais utilizadores.
Há formação, sabemos que sim. A questão que se coloca é se a formação é a mais correcta para a exigência que se vai colocar a quem pega no volante de uma ambulância ou de uma VMER. Porque uma coisa é conduzir em parque fechado, com obstáculos estáticos, sem contra-tempos, pressão ou exigência maior, outra coisa é conduzir no meio de um trânsito por vezes caótico, em permanente mutação.
Uma capacidade extrema, convencem-nos.
O grande problema na postura de quem está ao serviço do INEM, os seus condutores, é que se julgam acima dos demais condutores. Têm um comportamento rodoviário perigoso e reprovável, uma vez que forçam a passagem em locais e momentos em que tal não pode acontecer.
O problema do comportamento e da atitude dos condutores do INEM, é que lhes incutem uma sensação de impunidade que na verdade não existe, mas que é corroborada pelas forças de fiscalização que, não fiscalizam, pelo menos tantas vezes quantas as necessárias, a circulação em emergência que muitas vezes se vê estes condutores fazerem.
A obrigação e a falta de cumprimento
Quer se goste ou não, a verdade é que a formação ministrada, pelo INEM, em parque é impraticável em via pública. Ou seja, as manobras de evasão e a velocidade praticada é inadequada ao meio rodoviário, uma vez que o espaço disponível é insuficiente, a formação dos comuns condutores imprópria, não por culpa das escolas de condução, mas sim de um programa formativo incapaz e de uma cultura mediucre,
Também a formação em estrada que os formadores do INEM proporcionam não é a mais adequada, uma vez que “injectam” nos seus formando uma sensação de imunidade que não se coaduna com a realidade.
Não é aceitável verificar-se que durante uma formação em contexto real de trânsito, enquanto se simulam emergências, se desrespeitem as regras inerentes às viaturas em emergência e socorro, nomeadamente na abordagem a cruzamentos regulados com sinalização luminosa, ignorando a luz vermelha, ou com o sinal de “Stop“, ignorando a obrigação de deter a marcha, não percebendo esses formadores que estão a incrementar um risco futuro elevado.
Não é aceitável que se venha a lamentar a morte de inocentes, por incúria dos processos de formação a condutores do INEM e dos seus formadores, quando não formam os seus formandos a saberem inter-agir com os demais condutores, procurando pontos de passagem atempadamente ou sinalizando a sua presença com peso e medida.
Jamais a justificação de que se teve um acidente e matou alguém se deveu à causa de se ir socorrer outro, ou argumentar “… mas se fosse alguém da tua família, não falavas.” Uma emergência pode ser efectuada com rapidez e destreza sem que a segurança dos demais seja colocada em causa. Basta que para isso haja um programa formativo capaz e uns formadores que percebam que não estão a formar pilotos de rally, mas sim condutores de veículos em emergência médica.
Conseguiram perceber a diferença?
Fotos¦ INEM, Diário do Bombeiro e Diário Actual
INEM e uma postura no meio rodoviário, aceitável. - Circula Seguro.